Sempre admirei a beleza das borboletas e a expressão de liberdade que elas sugerem, mas o interessante é conhecer seu processo de evolução até que se torne quão exuberante inseto voador.
Somos todos um pouco borboleta, entretanto o que nos diferencia entre nós mesmos não é o tamanho das asas ou sua coloração(embora haja quem nos conceitue pela posição social e pela cor de nossa pele).
O que nos faz ser quem somos é o tempo que passamos resguardados no casulo : uns de nós saímos cedo, facilitados pelos pais e/ou circunstâncias da vida(passarão o resto das suas vidas rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas); outros chegam a passar décadas envolvidos pela pele protetora sem ousar fazer esforços, com medo de rompê-la. Há quem fique apenas até o momento certo, abrindo suas asas sem auxílio direto, senão com as preces da Mãe Natureza para que tudo dê certo.Cada segundo antes ou depois do momento devido, o modo, o apoio e as intervenções diversas podem alterar os seres, mas independente disso, a ideia de liberdade faz a evolução ser muito desejada!
Hoje senti-me lagarta perdida entre as folhas da vida e tive vontade de voltar ao casulo, ter proteção de meus pais, me sentir amada. Mais que isso, senti a enorme dor por me dar conta que tão rápido tornei-me borboleta, sabendo que a duração da vida desta é mínima, talvez sobreviva até amanhã apenas... Mas romper o casulo faz parte do nosso ciclo de existência e exige coragem!
Deus nos permite passar pelos obstáculos para sermos fortes, e para podermos gozar da liberdade. A vida é esse vôo rápido, e quanto tempo perdemos nos comparando às outras borboletas que passam por nós, mesmo sabendo que toda liberdade e deslumbre pode durar só mais um segundo!!!Queria abrir os olhos e perceber que tudo não passou de um sonho, que ainda estou no casulo, e sentir intacta a pele envolta em mim.Preciso controlar minha pressa de viver, de ser livre, de voar pelos bosques da felicidade... Borboleta? É coisa para se sonhar ser a partir dos cem anos, quando se quer voar, atravessando no horizonte, aparentemente sem limites, até alcançar Deus...
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